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04/05/2011

Segundo dia do Encontro da ABEDI na UNICAP: "Ensino Jurídico no Brasil" - A questão da pesquisa. 4 de maio

Arthur Stamford da Silva - UFPE

Entre o ensino da pesquisa e a pesquisa do ensino. Duas perspectivas a serem apreciadas, quando se fala em pesquisa no curso de Direito. Ensinar a pesquisar: perspectivas entre teoria e práxis; formação técnica de pesquisadores. Pesquisa do ensino: Como se ensina? Quais os intrumentos utilizados no ensino?
Dificuldades na situação entre o agente e o objeto. A formação profissional não se confunde com a formação para a pesquisa.

Virgínia Colares Figueiredo Alves - UNICAP

Problemas da pesquisa em Direito.Três eixos da apresentação.

Veronese & Fragale: 1) isolamento teórico e temático; 2) ausência de discussão método; 3) atividade profissional vs. atividade acadêmica. Propostas de superação: a. não há o que falar em verdade ou falsidade; b. formação específica.

Pesquisa interna da UNICAP (2009): 93% dos alunos não tiveram oportunidade de participar de pesquisa. 50% dos alunos reconhecem pesquisa como atividade importante. Os professores usam pesquisa como recurso extra? 51% dos professores raramente utilizaram pesquisa nas aulas da graduação. 50,87% responderam que pesquisa não tem espaço porque toma tempo dos demais conhecimento. Você sabe o que é pesquisa jurídica? 56,6% Não sabem, mas já ouviram falar. Pesquisa só trabalhada na aula de metodologia e raramente utilizada para a elaboração de TCC. Alunos e professores que se postam como doutrinadores e apenas fazem sistematização de assuntos tratados ao longo do curso.

Evento "Crítica à pesquisa em Direito: não me fale no Código de Hammurabi", UNICAP (2010).
Discussões crìticas sobre a metodologia em pesquisa jurídica, tomando o mote proposto por Luciano Oliveira e Cláudio Souto. Perspectivas multidisciplinares. Propostas de superação do método dogmático.

Miriam de Sá Pereira Maia - UNICAP

Históricos das muitas reformas do curso de Direito. Discussão sobre a possibilidade de inclusão do TCC no curso de Direito. Início de trabalhos interdisciplinares com o objeto jurídico na UNICAP. Trabalhos iniciais de Virgínia Colares. Confrontos com correntes de pensamento presentes em grupos de professores que não aceitavam estudos metodológicos ou pesquisas científicas, em virtude de "aquilo não ser parte do Direito". Dificuldades de formação dos professores para atuarem como orientadores de TCC ou em programas de iniciação científica.
Originalmente, não se admitia nem monitoria em Direito, pois isto era característica das Ciências Exatas.
Início das atividades do Núcleo de Pesquisa e Estudos Sóciojurídicos - NUPESJ, um grupo inicialmente informal, depois institucionalizado, que oferecia uma formação diferenciada e qualificada para alunos que tinham a curiosidade aguçada pela pesquisa e queriam qualificar-se pelo aprendizado dos instrumentos de pesquisa. Muitos destes alunos tornaram-se atuais pesquisadores e professores em várias instituições.
Mudanças que já ocorreram nas perspectivas dos alunos e dos professores ao longo do tempo. Perspectivas favoráveis a novas mudanças e contextualizações. Este evento contribui para formação de um curso em que a habilitação profissional será acompanhada de uma qualidade humana, baseada em conhecimentos científicos e voltada para a justiça e para a paz social.

Ana Maria Barros - Mestra em educação e Doutora em Ciência Política - UFPE

Ensino da pesquisa fundamentado em pesquisa sobre modelos de ensino. Bacharelismo como base da relação social e do poder. Reflexões com base em Pedro Demo - "Educação com base na Pesquisa". As vidas do aluno e do professor estão ligadas ao tripé pesquisa, ensino e extensão.
Do ponto de vista do ensino, há a predominância da reprodução direta do conhecimento. Problemas de diálogo com os métodos de ensino. Ser grande intelectual não significa ser um grande professor.
Quanto à pesquisa, o modelo da transmissão do conhecimento entra em choque. Não compreensão da problematização utilizadas pelos autores, nem tampouco o comportamento de pesquisa trazido em sala de aula (partir do conhecimento do grupo). O professor como proprietário do conhecimento não abre espaço para o conhecimento científico. Tradicionalmente, a postura do professor é de que sua formação já estaria terminada. Daí, a ausência de estímulo para qualificação metodológica. O professor deve compreender que aprende com os alunos, ao tempo que estes aprende com ele: adaptações didáticas para cada grupo de alunos. Tudo isso tem haver com a não utilização dos trabalhos de pesquisas.
Algumas IES têm se transformado em laboratórios de aprovação de concursos. Outros, trabalham memorização pela pedagogia do medo. Avaliação apenas em provas teria um pé no século XIX.
Como formar profissionais que pensam e que interpretam? Qual o sentido da pesquisa em cada Universidade?
O estímulo da pesquisa começa com o erro corrigido (Demo). Busca-se que o sujeito não apenas reproduza, mas entenda e produza conhecimento. O professor deve contribuir para o avanço do aluno, relacionando-se com outras áreas do conhecimento. O aluno é algo além do discípulo, devendo ter emancipação quanto ao conhecimento. A discordância, desde que fundamentada, deve ser incentivada.
O aluno que entra no espaço da pesquisa e faz da sociedade seu laboratório cresce em conjunto com o professor.








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